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O Poder da Mídia


O advogado e escritor João Baptista Pimentel Jr. escreveu sobre o poder midiático

"A sociedade é, sob qualquer condição, uma dádiva; o governo, inclusive na sua melhor forma, nada mais é que um mal necessário, e na sua pior forma insuportável". Thomaz Paine.

Um dos princípios do neo-liberalismo de que um governo, por melhor que seja o regime, é um mal necessário, não é exclusividade dessa corrente filosófica.

Dissera um filósofo, ainda mais radical, que o governo é o supérfluo de uma nação, Paine disse que, a sociedade é sempre uma dádiva, e o governo, em sua pior forma, é insuportável. Contudo, digo que a própria sociedade, em sua pior forma, também o é. O governo central resulta da escalada ao poder de uma elite privilegiada, em qualquer lugar do universo, qualquer que sejam os regimes. Essa elite é o produto da cristalização de um grupo social que domina a economia do país. Em suma, o poder central governamental é uma instituição econômica criada pela própria sociedade.

Pretender. como querem os liberais, que os políticos, empresários e cientistas sejam os principais tomadores de decisões é tanta utopia.. como o foi a República imaginada por Aristóteles.

Houve, uma época, em alguns países europeus, quando os ditadores escolhiam os membros dos seus governos dentre as pessoas do mais alto gabarito e saber incomum. Foi o período histórico dos "Déspotas Esclarecidos". Em Portugal, o déspota Marquês de Pombal, reuniu um grupo da mais alta intelectualidade para governar. O resultado foi dos mais auspiciosos para aquele país irmão. O governo pombalino, embora usado a força para sua manutenção, foi um dos melhores de toda a história portuguesa.

O nosso país, após o período da ditadura militar, hoje vive sob o poder da grande mídia, que vem ditando as principais decisões, manobrada pelo capital nacional e internacional que, realmente, governa a nação, criando idéia de um mundo fantasioso e irreal.

Destacando-se a Rede Globo de Televisão! Sua força de persuasão e sugestão é tão grande que pode eleger ou destruir a carreira política de qualquer cidadão (e de artistas). Sem seu apoio o presidente da república não seria reeleito. Se ao invés da Marta fosse candidata, ao governo de São Paulo, a Xuxa, esta última ganharia a eleição. A Globo conseguiu a façanha de torná-la uma artista!

O "Jornal Nacional" dessa emissora, campeão de audiência, tornou-se o departamento de imprensa e propaganda do governo federal, com grande vantagem sobre a "Hora do Brasil", mais conhecida como a hora do silêncio radiofônico.

Não foi somente a Rede Globo, mas grande e poderosa parcela da mídia financiada pelo capital especulativo internacional, que criou a falsa idéia de que com FHC reeleito seria melhor para o Brasil do que sem ele no poder. A consequência está aí : uma catástrofe. Qualquer candidato não encontraria como única solução para crise que os aposentados e pensionistas pagassem a conta. As grandes fortunas são intocáveis?

Agora a grande mídia quer culpar o Itamar pelo retumbante fracasso da artificial política econômica brasileira, onde qualquer "cabeça de bagre em economia"é considerado um grande economista, em imagem criada pela propaganda. Nosso melhor ministro da Fazenda de todos os tempos foi um médico homeopata, Joaquim Murtinho.

O único jornal televisivo de credibilidade era o da Bandeirantes, quando ancorado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, com total independência, Enquanto o Jornal Nacional da Globo responsabilizou a moratória de Itamar, pela fuga de dólares do Brasil e crise nas Bolsas, o Jornal da Band, através de Amorim, propalava a hipótese verdadeira de que esses fatos foram motivados pelo fracasso da política econômica do governo federal.

Em certa noite, a manchete da Globo era: "Grupos de oposição se reúnem para apoiar o calote do governo mineiro". E , na mesma noite, na Band: "O Brasil provoca uma corrida aos títulos do governo americano".

Resultado: Paulo Henrique Amorim está fora da Bandeirantes...

João Baptista Pimentel Jr.

Advogado e Escritor

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